Pequenas Empresas & Grandes Negócios – Priscilla Zuini – 05/01
Depois de vários anos crescendo dois dígitos, o setor de franquias espera um crescimento nominal de 8% em 2015. Ainda sem dados oficiais, o segmento continua acima do PIB, mas já sente sinais de que é hora de maximizar ganhos. Uma das saídas escolhidas pelas redes é abrir mão do ponto comercial, instalando unidades franqueadas dentro de outros estabelecimentos.
É o caso da Pearson Brasil, dona das redes de escolas de idiomas Yázigi, Skill e Wizard, que criou um formato chamado Education Center, que funciona como uma unidade dentro de colégios.
Neste caso, o franqueado faz um acordo com o dono da escola e passa a usar o espaço para aulas de inglês, repassando parte da receita ao mantenedor do colégio. “É uma solução para este momento que estamos vivendo em nosso país e que tem potencial de expansão enorme”, diz Giovanni Giovannelli, presidente da Pearson Brasil.
Em 2015, a rede abriu 60 novos centros do tipo no país, de um total de 160 novas franquias. Sérgio Arruda, franqueado da Yázigi, tem três franquias e mais três unidades neste formato. Dos 1700 alunos atendidos por suas franquias, 500 estão dentro dos próprios colégios. “Isso aumenta minha capacidade de captação de alunos que não estão dispostos a ir até a unidade para estudar. É uma maneira de irmos até o aluno”, diz Arruda.
Comodidade é uma das vantagens destes novos formatos. Foi para oferecer um serviço mais fácil e ainda aumentar o faturamento que Gabriel Antonini, franqueado da 5àsec, instalou duas unidades dentro de supermercados.
A rede oferece um formato chamado loja satélite para este tipo de ponto. O franqueado leva as peças para lavagem na unidade padrão, mas passa as roupas na loja dentro do mercado. “Essas lojas de supermercado têm uma clientela diferente, por ter um movimento mais constante. A pessoa aproveita que vai fazer compras e já faz esse tipo de serviço. O cliente quer ganhar tempo e pensamos em aproveitar esta unidade para facilitar a vida dele”, diz Antonini, dono de doze franquias da rede.
Para Sergio de Souza Carvalho Jr, diretor de expansão e marketing da 5àSec, o valor de investimento reduzido é uma saída para expandir os negócios mesmo na crise. “A principal vantagem é que o franqueado consegue aumentar a captação de peças por um valor abaixo dos modelos de expansão tradicionais. Hoje, essas unidades satélite e de coleta são quase 10% da minha rede”, diz Carvalho. Para 2016, a ideia é crescer em 10% este formato.
Diversificar para crescer
Assim como Antonini e Arruda, mais franqueados devem escolher estes formatos alternativos para crescer em 2016. Neste ano, a economia brasileira deve continuar em recessão, com inflação e câmbio em alta, o que pode prejudicar o resultado das redes. Para André Friedheim, diretor de internacional da Associação Brasileira de Franchising (ABF), modelos de expansão mais baratos são opções interessantes. “É um formato super inteligente, para ganhos de escala. Geralmente, o franqueado se instala em operações sinérgicas, não concorrentes, que atendem um perfil de público semelhante e que um pode agregar faturamento para o outro”, explica.
Para Claudia Bittencourt, fundadora do grupo Bittencourt, o aumento de receita costuma ser um fator decisivo neste tipo de investimento. “É algo bom para o momento que estamos vivendo, de oferecer o máximo de conveniência para o consumidor, e permitir que o franqueado explore outras oportunidades, ocupando mercado e aumentando receita”, diz Claudia.
Um cuidado, no entanto, é manter o padrão da marca. “Tudo tem que ser feito sem perder o DNA da marca. Um negócio não pode atrapalhar o outro. É função do franqueador capacitar o franqueado para cuidar de dois negócios distintos”, diz Friedheim.
Fonte: Portal do Franchising
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