Ele trocou ramo de ensino de idiomas por negócio de comida saudável e diz que líder não dá “desculpas” para não crescer.
Em 4 de dezembro de 2013, o Grupo Multi, que tinha como carro-chefe a rede de ensino de idiomas Wizard, foi vendido a um grupo norte-americano. Acabava ali uma história de 26 anos que era o sonho – e leva o nome – do empresário Carlos Wizard.
Oito meses depois de se desfazer da rede de franquias que o tornou milionário, o empreendedor reapareceu no ramo de alimentação saudável como o novo dono da rede Mundo Verde, que vinha e vem se destacando no mercado. Nas palavras do próprio Wizard, ainda pelo desejo de empreender. “Não é fácil para nenhum empreendedor se desfazer do negócio que criou, do seu sonho. Mas naquele momento, no final de 2013, o Grupo Multi e suas marcas precisavam dar um salto grande no que dizia respeito à sua metodologia e ao uso da tecnologia para o ensino de idiomas”, diz. “Todo empreendedor é um sonhador. Após realizarmos um sonho, descobrimos que há sonhos ainda maiores para serem realizados”.
Sair do ramo de ensino de idiomas e entrar no varejo de produtos naturais e saudáveis em um espaço curto de tempo: um movimento nada simples para quem analisa friamente. No entanto, o movimento pode ser extremamente benéfico, e até necessário. “Duas perguntas importantes que o empreendedor que está pensando em diversificar deve fazer são ‘que tipo de sinergia este novo negócio pode ter naquele momento ou no futuro com meu outros negócios’ e ‘como posso usar meu conhecimento para ser bem sucedido na nova área de atuação?’, diz ele, que põe o senso de oportunidade à frente de tudo. “A hora de fazer isso cabe ao empreendedor decidir, mas ela está mais ligada à oportunidade que se abre à frente dele do que ao atual momento dos negócios”, acrescenta.
Ainda segundo o empresário que leva a fama de, ainda na Wizard, ter transformado mais de 100 de seus franqueados em milionários, o momento econômico desfavorável e outros problemas não podem ser barreiras ao crescimento do empreendedor. “Um líder bem-sucedido nunca busca desculpas para não seguir em frente com seus empreendimentos (…) a pessoa com essa atitude com certeza será sempre um assalariado. Já o empreendedor pensa diferente, ele pensa: ‘se a economia não vai bem, eu vou me planejar e vou tentar aproveitar as oportunidades existentes no mercado’”.
“Boom” de microfranquias e internacionalização
O mercado de franchising vive atualmente um “boom” de modelos enxutos, de baixo investimento. Em muitas das pequenas marcas e até nas gigantes são encontradas as chamadas microfranquias, com facilitadores de parcelamento de taxas de abertura e taxas de retorno bastante atrativas. Para Wizard, esse pode ser um caminho de democratização do empreendedorismo. “Sou a favor das microfranquias, por permitirem que até mesmo o empreendedor com pouquíssimo capital possa investir em um negócio estruturado, com uma marca estabelecida e todo o suporte que existe no franchising”, afirma, relembrando que a Wizard operava com nos mesmos moldes no início da operação.
Outro movimento bastante observado no mercado de franquias é a expansão ou, até mesmo, a fuga para mercados de países vizinhos e Estados Unidos. Para o empresário, a fuga é descabida, ainda que goste da ideia de internacionalizar a operação. “O Brasil tem um mercado interno fantástico (…) por não há motivos para “fuga”. Porém, buscar mercados internacionais é uma oportunidade para qualquer negócio”, diz ele, que tem negócios na China, mercado pelo qual se diz fascinado. “Já tenho negócios lá, como a Ronaldo Academy [academia de futebol em parceria com o ex-atacante da seleção brasileira], que abrirá trinta escolas no País nos próximos anos”.
Fonte: Economia IG
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